terça-feira, 4 de setembro de 2012
Bonde Baiano e Agregados
domingo, 24 de junho de 2012
De Férias em Itatim
10 dias de Férias do trabalho, mas não da escalada, os Escaladores Dill Otto e Cauí Vieira vieram a Itatim relembrar e inovar nas diversões garantidas nas vias de Itatim.
Otto um bom conhecedor do imenso potencial de Escalada em Itatim e figura importante para a Escalada local, hoje morando em Recife, e Cauí vieram das terras pernambucanas cheio de motivação para uma temporada de escalada em Itatim.
Cauí que já visitou algumas vezes Itatim não conhecia as vias tradicionais da Toca. Otto como um bom guia resolveu apresentar as vias em um só dia! 8 vias no total de 1275 metros de escalada em quase 11 horas de pura ação e diversão. A mais rápida foi a via Expressa que levou apenas 19 minutos pra repetir.
Foram conferir o Setor de Escalada Morro da Fonte, um dos mais recentes setores de Escalada de Itatim.
Além das vias esportias Capricórnio VIIa, Sagitário VIIa, Touro VIIa, Peixes VIIa e As Virgens VIIIb juntou a essas a via "Escorpião Engembrado" VIIb aberta por Filipe Bispo que enquanto Cauí e Otto se divertiam Filipe trabalhava duro para garantir mais uma diversão para os visitantes.
Logo foram trabalhar os visitantes também conquistando a "Quem pode foge" 6° A1 E3 55 metros.
Depois de apertar os regletes no Morro da fonte os visitantes foram trabalhar e relaxar abrindo mais 2 vias no Jararaca. São elas "Fenda da Jararaca" VIIa de 30metros e "Dente de Ouro" VII com 45 metros. Pra que gosta de escalada móvel recomendada como 5 estrelas pelos conquistadores Otto e Cauí.
São sempre bem vindos escaladores em Itatim. E as escaladas por lá continuam... mais novidades aqui o mais breve possível.
Lembro que o 11° Encontro de Escaladores do Nordeste está se aproximando e será esse ano em Serra Caiada - RN vamos todos comparecer a esse evento maravilhoso que reuni amigos para bater papo e boas escaladas.
Boa Escalada a todos.
sábado, 9 de junho de 2012
Motivados, estamos de volta!
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Conquista da via "Jardineira"
O que mais chama a atenção quando se passa pela entrada de Itatim-BA, pelo menos para mim, é aquele monólito ao fundo da cidade chamado de Enxadão.
Inicio de 2009 cheguei na sua base e constatei que seria muito empenho abrir uma via na face norte, parede vertical cheia de liquens e musgos, com a proximidade do VIII Encontro de Escaladores do Nordeste (Itatim - BA)e com poucas vias para repetição mais acessíveis, acabei deixando esse projeto para outros tempos.
Em novembro fui prestigiar o IX Encontro de Escaladores do Nordeste (Brejo da Madre de Deus - PE) entrando em várias vias tradicionais, escalada alucinante que com certeza os caras tiveram enorme trabalho na conquista, por causa da limpeza a ser feita da linha da via, constatei que teria empenho parecido se o objetivo é abrir uma linha na face norte do Enxadão.
No final de semana seguinte do encontro resolvi encarar o projeto, separei todo equipo de conquista e ansioso para entrar na nova via, fomos sem muita pressa eu e Filipe Bispo, no final do setor encontramos onde seria o inicio da via.
Começando por uma fenda fácil com duas peças móveis, que entra em um lance de aderência de 6º grau, onde coloquei um grampo, após 40 metros começou a ficar vertical entrei em um pequeno diedro com dois nuts e mais dois grampos já estava na primeira parada com 60 metros.
Segunda cordada, três metros após a parada entrou o camalot 2 aprova de bomba e resolvi esticar, lá se foram 8 metros de 5º grau e cheguei a outro diedro, mais dois grampos e outro lance de 6º com algumas formigas para adrenar um pouco, cheguei a um pequeno platô. Começou a sequência de regletes com liquens, sai os liquens fica os regletes, mais quatro proteções em um lance de 7a e cheguei a segunda parada de 60 metros, chegou ao fim de cinco horas de trampo.
No dia seguinte entramos novamente empolgados com o resultado e por certa tranquilidade na conquista, doce engano começou a pancada no “lombo”, o negócio realmente começou a sujar! Cada metro a progredir necessitava de jardinagem e escova para limpar as agarras, dessa limpeza foram aparecendo buracos, regletes e abaulados por baixo da vegetação, após quatro grampos saiu um lance de 7b em abaulados, muito doído, segui onde parecia ser mais óbvio e fácil avistei uma pequena fissura de sete metros, “bora pra lá”, que tristeza a fenda era apenas um trincado e não entrava nada potente, mais quatro grampos e um lance de 7b bem hard por sinal, deixamos uma corda fixa para agilizar a ascensão na próxima investida, não queríamos descer a noite e resolvemos baixar, cinco horas de trampo e apenas 40 metros pra cima.
Início de dezembro trampo nos finais de semana, chuva (aqui no nordeste também chove), natal chegando e se foi quase um mês que a coitada da corda estava no tempo, dia 28 resolvi voltar ao projeto.
Muito mal acostumado com o ritmo de abrir vias no Morro da Toca, onde conseguia em quatro horas chegar ao cume de 180 metros, achei melhor voltar aos primórdios e invocar o espírito de “sifudência” e entrar pela terceira vez e disposto a terminar logo esse empenho.
Começamos a escalar às 7:00, desta vez estava com Léo, escalamos rápido e jumareamos os 60 metros finais, torcia que a partir dessa cordada os lances seriam mais fáceis, a sequência continua e a limpeza também, 10 metros da sexta cordada estava feito a jardinagem seguia em frente e a sequência alucinante de regletes e buracos apareceram. Como a progressão é lenta fazia o máximo pra agilizar mas não tinha jeito, feita a P7 cheguei a um bom platô onde minha vontade era descer mas o cume estava logo ali, sabia que com a carga da bateria que tinha iria fazer mais uns oito furos e resolvi gastar essa carga , borá pra cima, transversal pra direita entrei em uma canaleta torcendo pra entrar várias peças, não dei sorte entrou somente uma no inicio e o restante foi fixo mesmo, fui progredindo sai a esquerda e mais um lance de 7b, fiz o último furo e já era a bateria e o dia de trampo, mais duas cordas fixas pra outra jornada, agora tinha certeza que estava perto do cume e faltava uns 70 metros pro fim, mas não podia fazer mais nada antes de carregar as baterias “minha e da maquina”.
Ano novo projeto velho, iria terminar essa via nem que seja no batedor, agora com o “espírito de sifudência elevada” começamos a escalar 5:40, 90 metros de escalada, 150 de jumar e 20 minutos de descanso, já avistava a vegetação no cume mais alguns regletes e estava na P8, a nona cordada de 30 metros fluiu bem e a jardinagem quase não foi necessária e com duas horas de trampo estava na P9, nem acreditei que estava na chaminé de acesso ao cume, esperei Filipe chegar e toquei pra cima cinco metros de chaminé e pra variar não entra nenhuma peça, melhor colocar um fixo! Saindo da canaleta a esquerda, mais dois grampos estiquei alguns metros e fui avisado pelo rádio que faltava pouco para 30 metros, essa foi rápida, colocada a P10 estávamos há dez metros do cume, mas estava sem grampos e o lance é de aderência seria inevitável colocar algo fixo, chega meu parceiro aquela euforia para terminar logo comemorar e descansar no cume, fui pra cima desviando das bromélias, mais um fixo cheguei em um teto que vestiu um camalot 2 perfeito, fiz a transversal a esquerda, virei o pequeno teto mais uns 4 metros e “Cumbre”.
Vista do Cume do Enxadão
Vista do Cume do Enxadão
Que alegria pela conquista dessa linha, caminhada pelo cume, curtir a paisagem escrever algo no livro da via, e agora a parte triste, os 310 metros de rapel.
Agradeço a parceria do Filipe Bispo e Leandro Poka. Kmon........
Adilson Otto